DNA revela porquê tráfico de escravizados criou ‘Áfricas em miniatura’ nas Américas – 08/03/2020 – Reinaldo José Lopes

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Entre os séculos 16 e 19, mais de 9 milhões de pessoas foram arrancadas de seus lares na África e forçadas a terçar o Atlântico para trabalhar porquê escravas nas plantações, minas e cidades das Américas.

Apesar dos sofrimentos indizíveis que tiveram de enfrentar, muitos dos cativos deixaram suas marcas nos rostos e no DNA da população atual do continente, e um novo estudo deu passos importantes para elucidar justamente o legado genético dessa povaléu de africanos.

Trata-se de um trabalho coordenado por pesquisadores da UFMG (Universidade Federalista de Minas Gerais), porquê Eduardo Tarazona-Santos e Mateus Gouveia, e que contou também com a participação de colegas de outras instituições no Brasil, nos EUA, no Peru e em Portugal.

Os resultados, que acabam de transpor na revista científica Molecular Biology and Evolution, indicam que a política de misturar povos distintos para formar os grupos de escravizados acabaram criando “Áfricas em miniatura”, do ponto de vista genético, em cada região colonizada pelos europeus.

Para chegar a essa epílogo, o grupo da UFMG e seus colaboradores analisaram o DNA de 6.267 pessoas, exemplar que inclui tanto descendentes de africanos na América do Setentrião, no Peru, na Colômbia e no Brasil quanto habitantes atuais da África, num círculo que vai da Nigéria, no oeste do continente, ao Quênia, no leste.

Para cada uma dessas pessoas, os pesquisadores analisaram um conjunto de muro de 500 milénio SNPs (pronuncia-se “snips”), variantes de uma única “letra” química de DNA (lembre-se de que a totalidade do genoma no núcleo das células humanas contém alguma coisa porquê 3 bilhões de pares dessas “letras”).

Bibliotecas de SNPs porquê essas podem ser atribuídas, com considerável intensidade de confiabilidade, a populações de diferentes regiões do planeta, e o padrão de combinações dessas variantes também a ajuda a prezar o intensidade de miscigenação dos indivíduos estudados (caso, por exemplo, o conjunto de SNPs inclua “letras” típicas de uma região misturadas a outras mais comuns em áreas distantes, o que não era usual antes da Era das Navegações).

Com base nesse método, foi provável separar as contribuições africanas para o DNA dos povos da América atual em três grandes “fontes”, muito documentadas pelos registros sobre o tráfico escravista: ocidental, meio-ocidental e sul-oriental.

As populações meio-ocidentais são, ao que tudo indica, as que mais contribuíram para os atuais descendentes de africanos (57% da ancestralidade no Nordeste brasiliano, por exemplo, proporção muito parecida com a dos americanos de origem africana). São grupos porquê os iorubás, cuja legado religiosa ainda marca o candomblé, e os nativos do Congo.

Já os grupos mais ligados ao sul e ao leste da África foram muito mais importantes no Sul e no Sudeste do Brasil (44% e 54% da ancestralidade africana nessas regiões, com o soberania de escravizados oriundos de Angola e de Moçambique).

Apesar dessas variações geográficas, os dados genéticos também mostram que as diferenças entre as populações de descendentes de africanos de cada país do continente americano são relativamente pequenas se comparadas às que existem na África.

Ou seja: conforme o tráfico foi misturando grupos diferentes, cada um deles acabou preservando uma fatia sumarento da multiplicidade do DNA africano. O mesmo processo que desenraizou esses povos acabou “congelando” um pedaço indelével de suas origens.


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