Tribuna do Setentrião – Trancados em lar

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Woden Madruga

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Hortêncio Pereira de Brito Sobrinho, lá de Goiás, me dá a dica de uma boa leitura que ele encontrou pelas esquinas da internet. Está estampada no SP (portal de notícias da Mundo), edição de 18 de novembro, com o título “Trancados em mansão: conheça histórias de moradores de São Paulo que seguem em isolamento rígido há mais de sete meses”. Material assinada por Paula Paiva Paulo.  Entre esses moradores trancados tem um setentrião-rio-grandense: o editor e livreiro José Xavier Cortez, seridoense nascido em Currais Novos e que há décadas vive em São Paulo. Foi lá que fundou a Editora Cortez, coisa de 40 anos detrás, que já publicou mais de 1 milénio e 300 títulos. Agora, aos 83 anos, torna-se noticiarista, publicando o seu primeiro livro: “Tempos de isolamento”.
Destaco trechos da reportagem quando se refere a Cortez:
- “Fique em moradia! ” A frase imperativa – que vinha não só do noticiário, mas principalmente de suas três filhas – levou a memória do editor de livros José Xavier Cortez ao início da dez de 1940. Ele não ouvia ordens semelhantes desde logo. ‘Comecei a permanecer impaciente, e essa impaciência me fez lembrar de quando eu era menino lá no sertão do Rio Grande do Setentrião, quando minha mãe me deixou de pena”.

- A novidade “punição”, desta vez, foi causada pela pandemia de Covid-19. Aos 83 anos e no grupo de risco, Cortez teve de interromper os exercícios físicos, que fazia no Parque da Chuva Branca, as idas à editora Cortez, que fundou há 40 anos, e os encontros com os netos.

- Mas um novo duelo tomou lugar na impaciência inicial. Depois de publicar, porquê editor, mais de 1,3 milénio títulos, Cortez decidiu grafar seu primeiro livro: “Tempos de isolamento”, que mistura memórias e reflexões sobre a vida em pandemia.

- Além das reflexões sobre a vida em quarentena. Cortez revisitou memórias das mais de oito décadas de vida. Do sertão do Rio Grande do Setentrião, passou por Pernambuco, onde se tornou navegador, pelo Rio de Janeiro, onde foi expulso da Marinha por questões políticas em seguida o golpe militar, até chegar a São Paulo.

- Na capital paulista, seu primeiro ofício foi porquê lavador de carros. Em seguida, já cursado economia na Pontifícia Universidade Católica (PUC), passou a comprar e revender livros, até perfurar sua própria editora.

- Hoje viúvo, Cortez mora sozinho em um apartamento em Perdizes. A escrita do livro ocupou seu tempo por cinco meses. E com o lançamento em outubro, a agenda continua enxurrada, agora com telefonemas, e-mails e lives na internet. ”

A Livraria Cortez (que surgiu antes da editora) marcou estação em Natal. Sua filial, localizada na Cidade Subida (rua Felipe Camarão, entre a Ulisses Caldas e a Coronel Cascudo), era ponto de encontro dos intelectuais e artistas da lugarejo. Sanderson Negreiros comprava baús de livros.

Com editor também publicou trabalhos de alguns escritores locais. Entre essas publicações destaco o “Léxico da Prelo no Rio Grande do Setentrião – 1909-1987”, de Manoel Rodrigues de Melo, com prefácio de Raimundo Nonato da Silva.  Edição em parceria com a Instalação José Augusto (Governo Geraldo Melo).

Livro

Daladier Pessoa Cunha Lima está com livro novo na rossio: “Honras à Vida”.  Reúne crônicas (são 80) publicadas nesta Tribuna do Setentrião, período de junho de 2004 a setembro de 2020.  Entre elas uma que fala sobre a vida e obra da grande escritora Clarice Lispector, das quais centenário de promanação foi comemorado dia 10, quinta-feira passada.

Crônica

Gustavo Sobral presenteia seus leitores com um novo livro de crônicas: “Cenas Natalenses”, que sai com o selo da 8 Editora / Offset. Em suas páginas uma ligeiro estirão por vários cantos da localidade onde nasceu e viveu Luís da Câmara Cascudo. O olhar do responsável-guia aparece também através do “traço torto dos seus desenhos”.

Elza Pedroza

Das minhas boas leituras da temporada destaco o livro-álbum o “Centenário de Elza Pedroza Magalhães Alves”, organizado pelo seu fruto Antônio Carlos Magalhães Alves, com o adjutório do pai, Graco Magalhães Alves. Ela nasceu no dia 19 de novembro de 1922, filha do empresário Fernando Pedroza, mana do ex-governador Silvio Pedroza. Das mais ilustres famílias potiguares.

Ao texto de Toninho se juntam 80 fotos tiradas do álbum da família. Um belo e valedoiro montão que enriquece a história potiguar. Instantes desde a herdade São Joaquim, nos sertões do Cabugi aos salões elegantes de Natal com passagens também pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Europa.

Um encantamento ver e rever Natal dos anos 30, 40, 50.

Prêmio

A escritora carioca Claude Lage é a vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura 2020, na categoria “Melhor Romance de Ficção”. Ganhou com o “O Corpo Interminável”, publicado pela editora Record.

Na categoria “Melhor Romance de Estreia” o vencedor é o plumitivo e poeta catarinense Marcelo Labes, com “Paraízo-Paraguay”, publicado pela editora Caiaponte. O prêmio é de R$ 200 milénio reais.

Na Ateneu

Terça-feira que vem, 15, a partir das 17 horas, na sede da Ateneu Setentrião-Rio-Grandense de Letras, teremos o lançamento do livro “Abraços” (Correspondência de Oswaldo Lamartine com Helio Galvão).  Cartas, bilhetes, telegramas reunidos por Dácio Galvão. Fotografias. Bela edição.

Helio e Oswaldo foram imortais da Ateneu. Continuam. Continuarão para sempre.

Santa Luzia

Hoje,13, é o dia de Santa Luzia, que tem significado muito peculiar na espírito do sertanejo nordestino. Confira o que Oswaldo Lamartine de Faria escreveu em seu “Profetas de Inverno”:

“O dia de Santa Luzia, 13 de dezembro, oferece melhor profecia: seis pedrinhas de sal – que representam os seis primeiros meses do ano – são expostas ao sereno da noite, na manhã seguinte o maior ou menor intensidade de umidade de cada uma diz da intensidade de chuvas de cada mês”.

Hoje, em Queimadas de Insignificante, olhando para a Serra de Joana Gomes, saberei se as pedrinhas de sal colocadas no sereno de ontem, véspera de Santa Luzia, amanheceram úmidas (molhadas). Se amanheceram, certeza de chuvas em janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho do ano que vem. Inverno!


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