Polícia Social investiga vereador de BH por nepotismo e ‘rachadinha’ – Rádio Itatiaia
Em uma lar simples, com muro sem reboco e portão de ferro localizada no Duquesas II, um bairro periférico de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, vive Messias Pereira da Silva. Apesar do lugar humilde, o "tio Messias", porquê é divulgado, tinha, até o mês pretérito, um salário incomum até mesmo para boa secção dos servidores da Câmara Municipal de Belo Horizonte: R$ 14.180 mensais.
Messias também é tio do vereador Rogerio Alkimim (PMN) e estava lotado no gabinete B-313 da Câmara. Desde janeiro de 2021 o lugar é ocupado pelo parlamentar, eleito para o primeiro procuração com 6.061 votos.
Rogerio é investigado pela Polícia Social de Minas Gerais (PCMG) por nepotismo, "rachadinha", serviço de funcionários fantasma e uso irregular de veículo solene. Testemunhas do caso, já ouvidas pela PC, disseram à reportagem da Itatiaia que Messias Pereira da Silva era constrangido a repor boa secção dos R$ 14 milénio que recebia todo mês. Ao todo, 13 pessoas já foram ouvidas no questionário.
Messias vive a respeito de 26 km da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Para chegar lá precisa tomar dois ônibus e metrô em um trajeto de muro de 1h30 de duração. Segundo os depoimentos, ele só apareceria na sede da Câmara no primeiro dia útil de cada mês para sacar o valor integral do pagamento. Do totalidade que consta em seu contracheque, ele só ficaria com um valor entre R$ 500 e R$ 1.000, segundo a investigação. O restante seria levado em mãos para a encarregado de gabinete de Rogerio Alkimim, Gleice Lacerda, descrita pelas testemunhas porquê operadora do esquema.
Messias, que foi exonerado em 1º de março, em meio às investigações, não é o único servidor que trabalha para o vereador Rogerio Alkimim que seria constrangido a participar do esquema. O vereador é suspeito de chefiar um esquema de meandro de salários. A chamada "rachadinha", em que os servidores devolvem secção dos seus salários ao vereador, renderia uma quantia entre R$ 55 milénio e R$ 70 milénio ao parlamentar todos os meses.
"Tem pessoas que nunca aparecem para trabalhar, só aparecem no dia 1º de cada mês e os familiares também. A gente sabe que lá eles acabam lotando pessoas da família, desde a patrão de gabinete até o tio do vereador. E até pessoas que trabalham na ONG porque, se você não trabalha, acaba sendo dispensado", afirmou uma das testemunhas, que pediu para não ser identificada por pavor de represálias.
Relâmpago de Luz
A Organização Não-Governamental citada pela testemunha é a ONG Relâmpago de Luz, criada por Rogerio Alkimim e que hoje é dirigida por seu irmão. Fundada em 2001, a entidade tem unidades nos bairros Minas Caixa e 1º de Maio. Em suas redes sociais, a entidade diz oferecer cursos e serviços porquê golpe de cabelo, culinária, estética, dentre outros.
No ano pretérito, Alkimim indicou R$ 634 milénio em uma emenda parlamentar para a própria ONG. O valor, no entanto, não chegou a ser endereçado à entidade.
Testemunhas ouvidas pela reportagem também citaram que são coagidas a trabalhar em eventos promovidos pela ONG sob risco de deposição. Um deles é um forró para pessoas idosas realizado todo término de semana.
"Para mim, ele é um caloteiro. Me fez trabalhar de perdão na campanha, falou que ia arrumar minha lar, que ia me dar tarefa, mas depois nunca mais eu vi. Não atende telefone, eu vou no gabinete e não encontro ninguém lá. Cansei de ir lá e dei de rosto com a porta. Agora, se você for na ONG dele, está pleno. Fica todo mundo lá", diz uma das testemunhas.
Uso irregular de coche solene
Outra irregularidade investigada é o uso de veículo solene da Câmara para atividades políticas do vereador fora de Belo Horizonte. Rogerio Alkimim utilizaria a estrutura do Legislativo municipal não somente para suas atividades políticas na capital mineira, mas para fazer campanha eleitoral em outras cidades do interno do Estado. Rogerio pretende disputar uma vaga para deputado estadual.
Uma multa de um carruagem solene utilizado pelo vereador comprovaria a denúncia. O veículo foi multado, em outubro de 2021, em uma avenida da cidade de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, a 696 km de intervalo da Câmara Municipal de BH.
A reportagem entrou em contato com o gabinete de Rogerio Alkimim para pedir um posicionamento sobre as denúncias levantadas nesta reportagem. O vereador respondeu, por email, que iria "procurar sua assessoria jurídica para apuração dos fatos". E acrescentou: "Mas já adianto que as informações descritas não condizem com a veras".
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