O coronavírus de Wuhan e as 7 pragas da China – 26/01/2020 – Marcelo Leite

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Primeiro houve as várias epidemias de gripes suínas e aviárias. Depois o surto alarmante de SARS –síndrome respiratória aguda grave que matou 774 pessoas em 2002/03. Agora o mundo está às voltas com o pânico do coronavírus de Wuhan, que até domingo (26) já tinha causado 56 mortes em cidades chinesas e conseguido 4 dos 5 continentes.
 
Não será surpresa se a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar emergência, mais uma vez, para epidemia nascida na China. Se não o fez ainda, é porque faltam informações sobre prevalência e virulência da novidade moléstia que se propaga montada em costumes e práticas políticas da maior ditadura do mundo, suas sete pragas.
 
Chineses gostam de consumir animais comprados vivos, alguns muito exóticos. Em visitante há menos de um ano, vi restaurantes que tinham aquários com salamandras para escolher na ingressão, em Zhangjiajie, e sapos vivos num mercado popular de Guilin.
 
Seria culturalmente incorreto invocar esse rotina de praga, mas é o primeiro dos problemas. Animais, em peculiar os silvestres, são repositórios de vírus que podem passar a barreira das espécies e se tornar um flagelo para humanos, porquê a zika.

Quem se dispõe a caçá-los ou criá-los, entrando em contato direto com sangue e outros fluidos no manejo dos bichos e no preparo da mesocarpo, está sujeito a adoecer e, no pior dos cenários, dar origem a uma epidemia. Na China, as civetas da SARS e até morcegos, suspeitos da hora em Wuhan, são consumidos cá e ali porquê iguarias.

Não se apressem a estigmatizar a China, porém. Os riscos de doenças emergentes também crescem na África, porquê testemunham os casos do HIV e do ebola, assim porquê os de velhas conhecidas que ressurgem na América do Sul, a exemplo da odiosidade no anos 1990 e da febre amarela na dez de 2010.
 
A segunda exigência favorável para disseminar viroses asiáticas está na demografia. Há 1,4 bilhão de chineses, e aglomerações são inevitáveis. Por essa razão o governo de Xi Jinping suspendeu a visitação da Cidade Proibida, em Pequim, e cancelou algumas comemorações pelo Ano Novo lunar, a sarau mais importante do calendário por lá.
 
O terceiro fator, levante sim merecedor da qualificação porquê praga, é o turismo. A mobilidade avançou muito no país, seja para viagens internas porquê ao exterior. Milhares de quilômetros de linhas de trens-projéctil e dezenas de estações que põem nossos aeroportos no chinelo foram construídos –para não falar dos próprios aeroportos, que rivalizam com hubs porquê Dubai, Atlanta e Frankfurt.
 
Chineses viajam em grandes hordas, levando consigo o coronavírus. Em questão de horas ou dias, a moléstia chega aos quatro cantos do mundo. A construção de um hospital de milénio leitos em dez dias pode parecer façanha administrativa invejável, mas antes dela outras facetas da ditadura contribuíram para espalhar a enfermidade.
 
Increpação é uma delas, a quarta praga. Conteúdos negativos para o governo são varridos das redes, dando margem à praga de boatos e informações falsas sobre porquê se prevenir, por exemplo o recurso ineficaz a gargarejos com chuva e sal (lavar as mãos com sabão, usar máscaras e não transpor de mansão doente são as coisas certas a fazer).
 
Na China, porquê se pode ver no documentário “Indústria Americana” da Netflix, importam os resultados. Administradores locais se viram para gerar incremento e serviço suficientes e, assim, aprazer a jerarquia do partido, estilo divulgado porquê “governo de guerrilha” –o quinto flagelo.
 
Prédios, fábricas e avenidas novas pesam mais que saúde. Quando as coisas dão incorrecto e surge uma epidemia, hospitais não conseguem dar conta da emergência. Aí os governos locais demoram a notificar o surto, porque temem perder pontos e querem tentar resolver tudo sozinhos antes que sua imagem seja danificada.
 
Essa sexta praga tem relação siamesa com a sétima, a concentração de todo o poder no topo do Partido Comunista. Sua manancial de legitimação é a prosperidade que consegue trazer ao país, erradicando a pobreza. Não tem incentivo para reconhecer a seriedade de um surto e reagir de modo eficiente –daí a exprobação, e a lentidão de que Xi Jinping vem sendo denunciado dentro e fora da China.
 
Paradoxalmente, a sétima praga parece também sofrear o germe para, com sorte, estagnar o surto. Em que outro país do mundo, se não sob um governo cada vez mais autocrático, seria factível confinar 11 milhões de pessoas a uma cidade em quarentena porquê Wuhan?
 
Não no Brasil de Jair Bolsonaro, que não consegue sequer realizar um Enem.


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