PM suspeito de matar prima para receber seguro de R$ 23 milhões é indiciado
Bruno Luis Barros - Privativo para o Estado de Minas
postado em 09/08/2021 17:34
(crédito: Polícia Social/Divulgação)
O policial militar, de 35 anos, suspeito de executar a tiros a prima, de 34, em Muriaé, na Zona da Mata, foi indiciado pela Polícia Social de Minas Gerais por homicídio duplamente qualificado, conforme aponta o fechamento do questionário. A identidade do policial não foi informada.
A manicure Nayara Andrade Rocha foi assassinada em seu lugar de trabalho – um salão de formosura – no dia 1º de junho deste ano. Na ocasião, o responsável desembarcou de um veículo sem placas, furtou o celular dela e, em seguida, atirou cinco vezes contra a vítima. Os disparos atingiram as pernas e o tórax. Ela foi levada para o Hospital São Paulo, no município, mas teve a morte confirmada em 3 de junho.
“Iniciadas as investigações, elementos foram apurados sobre a autoria delitiva de um policial militar, que, motivado pelo recebimento dos prêmios dos seguros de vida, ceifou a vida da sua própria prima”, aponta a polícia em interrogatório encerrado nessa sexta-feira (6/8).
Fraude nas apólices de seguro
Ainda conforme a Polícia Social, o suspeito – para requerer os pagamentos das apólices – havia se pretérito pela vítima no momento da contratação dos seguros. Ele também teria assumido o lugar da mãe de Nayara, suposta beneficiária.
A Polícia Social, quando efetuou a prisão do suspeito em junho, informou que o valor segurado estava estimado em mais de R$ 15 milhões.
“As diligências avançaram, e nós identificamos mais apólices feitas em nome da vítima e chegamos ao valor de R$ 23 milhões”, explica Glaydson de Souza Ferreira, um dos delegados responsáveis pelo caso, em conversa com o Estado de Minas.
A Polícia Social também disse que há indícios de oferecimento de vantagem indevida por secção do investigado para “frear” as investigações.
Por término, as diligências também apontaram que o policial militar comprou o veículo utilizado no transgressão em Belo Horizonte e o trouxe para Muriaé. Em seguida o homicídio, o coche foi encontrado em Viçosa – cidade na qual o suspeito havia deixado uma motocicleta para retornar a Muriaé em seguida executar a prima.
Além do transgressão de homicídio, o PM também foi indiciado por fraude processual, depravação ativa e tentativa de estelionato. Ele segue retido na unidade prisional de um batalhão da Polícia Militar, em Ubá, também na Zona da Mata.
No dia 17 de junho, os investigadores já haviam prendido outro suspeito de envolvimento no transgressão, de 39 anos. Ele foi localizado em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. À reportagem, o procurador Glaydson de Souza confirmou que ele foi solto. O motivo, porém, não foi esclarecido.
Segundo a Polícia Social, o interrogatório foi enviado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para o oferecimento da denúncia.
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