Origem de povos da África ocorreu há 5.000 anos – 06/08/2022 – Ciência
A transmigração pré-histórica que deu origem a boa secção dos povos da África, incluindo a maioria dos ancestrais dos brasileiros negros, começou há murado de 5.000 anos e seguiu uma rota por dentro das florestas tropicais do meio do continente, afirma um novo estudo.
O resultado vem de uma estudo dos padrões de parentesco entre mais de 400 idiomas do ramo linguístico banto, hoje presente numa espaço enorme que vai de Camarões, na costa do Atlântico, ao Quênia e à Tanzânia, no litoral do oceano Índico. A espaço abrange ainda a África do Sul e a Namíbia, no extremo sul, e Congo e Angola, na região mediano do continente.
Em todas essas regiões, as línguas predominantes possuem muitas semelhanças entre si, tanto no vocabulário quanto na estrutura gramatical, mais ou menos da mesma maneira que é provável detectar muitos pontos em generalidade entre o português, o espanhol, o italiano, o francesismo e outras línguas descendentes do latim.
Levando isso em consideração, é procedente supor que os idiomas bantos descendem de um antepassado generalidade que foi se espalhando pelo continente africano milênios detrás. Os dados arqueológicos e de DNA sugerem que essa expansão provavelmente está associada às grandes capacidades agrícolas e tecnológicas dos falantes desse grupo de línguas no pretérito.
Os bantos parecem ter subjugado a metalurgia do ferro por conta própria, por exemplo. Ou por outra, desenvolveram métodos eficientes de lavoura tropical, cultivando tubérculos, porquê o inhame, e grãos, porquê o milhete e o painço. A teoria é que esse pacote agrícola-tecnológico tenha ajudado esses grupos a colonizar novas regiões com mais eficiência, desalojando outros povos ou logo se misturando com eles.
A questão, porém, é porquê e quando a jornada teria realizado, e esse é o tema do novo estudo, coordenado por Ezequiel Koile, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionista, na Alemanha.
Junto com colegas da Rússia, dos EUA e da Novidade Zelândia, Koile desenvolveu uma série de métodos estatísticos para tentar prezar porquê as línguas do grupo banto foram se diversificando com o passar do tempo, levando em conta as transformações na forma das palavras que elas compartilham entre si.
Uma das dúvidas, levando em conta tanto os dados linguísticos quanto os arqueológicos e genéticos, é se os bantos teriam precisado "esperar" um momento relativamente mais sedento do sistema climatológico africano, por volta de 2.500 anos detrás, para se expandir muito além de seu lar original, que provavelmente ficava em Camarões.
Essa proposta surgiu porque os principais cultivos desses povos na idade eram mais apropriados para regiões de savana, mais secas e com vegetação mais ensejo. No entanto, antes de 2.500 anos detrás, estima-se que a filete mediano do continente africano, ainda hoje a que abriga as florestas tropicais e equatoriais mais úmidas e densas, era muito mais extensa e contínua.
Para alguns especialistas, isso teria barrado a expansão dos bantos até o momento em que a subtracção das chuvas levou à buraco de um "galeria" de vegetação ocasião do vale do rio Sangha (afluente do rio Congo). Outra possibilidade é que, em vez de seguir por esse galeria, os bantos teriam adotado uma rota costeira, passando por locais do litoral do Atlântico em que também havia vegetação menos densa.
A grande estudo linguística coordenada por Koile, porém, indica que a separação entre os principais ramos da família de idiomas bantos aconteceu muito antes da brecha do galeria de savana, além de também não desancar com a rota pelo litoral. A estimativa deles é que a expansão desses povos já teria conseguido as florestas tropicais da África Medial por volta de 4.500 anos detrás, muito antes da transformação dessas matas trazida pela seca.
A teoria, portanto, é que os bantos teriam conseguido usar estratégias diversificadas para ocupar as florestas, seja escolhendo áreas de vegetação um pouco menos densa para plantar, aproveitando as margens dos rios ou complementando sua subsistência agrícola com a caça e a coleta. Seriam métodos não muito diferentes das populações de agricultores indígenas que ocupavam a Amazônia mais ou menos na mesma idade.
Os resultados desse processo também deixaram marcas importantes no DNA, na cultura e na língua dos brasileiros. Acontece que sete em cada dez dos africanos escravizados mandados para cá ao longo de três séculos vieram de Angola e do Congo, regiões com população de bantos. Palavras muito comuns do português falado no Brasil, porquê "moleque" e "camundongo", derivam dos idiomas dessa família.
O estudo saiu na edição desta semana da revista especializada PNAS, da Ateneu Pátrio de Ciências dos EUA.
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