Mesmo na safra de cana, preço do etanol sobe em BH puxado pelo preço da gasolina

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Perito aponta causas do encarecimento, e sindicato dos postos de combustíveis diz que varejo não tem margem para vender mais barato

Mesmo em plena safra de cana-de-açúcar, o preço do etanol aumentou em Belo Horizonte e região, seguindo o mesmo ritmo de encarecimento da gasolina e do diesel. Nesta sexta-feira (9), a reportagem verificou postos vendendo o álcool a R$ 4,29 na capital. Há um mês, o resultado era vendido a partir de R$ 3,29 o litro, segundo levantamento do site Mercado Mineiro divulgado em 9 de junho. 

Além do aumento da demanda por etanol causada pelo aumento do preço dos outros combustíveis, fatores ligados à produção de cana de açúcar contribuem para o encarecimento do álcool. A estudo é feita pelo profissional em finanças Caio Mastrodomênico.

"O setor sucroalcooleiro do país vem sofrendo há muito tempo com o valor pago pela tonelada de cana de açúcar. Nos últimos anos, não houve nenhuma política de governo voltada para esse segmento. Logo, se há um reajuste a ser repassado, ele não consegue segurar, porque é um reajuste que ele já vem sofrendo há um tempo. Apesar de a gente estar na safra, a gente tem que entender que o mundo está demandando mais no pós-pandemia, mais provisões, mais commodities. Logo quando a gente acha que tem muito estoque, na verdade, não tem", explica.

Apesar da questão na raiz da produção de cana de açúcar, Caio entende que há um notório "oportunismo" por secção dos postos de combustíveis na hora de precificar o resultado. 

"Há um perceptível oportunismo no sentido do repasse repentino do preço. Porque existe um processo: saiu da Petrobrás, o combustível é transportado à distribuidora e, depois, aos postos. E isso exige um tempo. Logo não é justo o repasse subitâneo, que prejudica muito uma sociedade que já está penalizada de maneira muito poderoso", afirma.

O Sindicato do Negócio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) rebate a tese de que há oportunismo dos postos de combustíveis. O presidente do sindicato, Carlos Guimarães, diz que o posto não tem uma grande margem para descair os preços e que o produtor de etanol é responsável pelo encarecimento. 

"Porquê o preço da gasolina sobe, o produtor de etanol sobe o etanol. Existe o oportunismo? Sim, mas do produtor de etanol. Você vê que o preço da gasolina subiu na refinaria, mas tem posto que até hoje não reajustou. Isso porque existe uma competição muito grande. Só em Belo Horizonte tem mais de 400 postos", afirma.

Carlos detalha a constituição do preço final do combustível, no qual, segundo ele, os postos respondem por exclusivamente 5%.

"O posto de gasolina em Belo Horizonte é responsável por menos de 5% do preço final. Isso é a margem bruta do posto. Com esses 5%, 15 a 20 centavos, ele tem que remunerar o frentista, a luz, os impostos, a contabilidade, o sistema, o IPTU e o aluguel e todas as outras despesas. Enquanto os impostos chegam a quase 50% do preço da gasolina, por exemplo", diz.

Carlos diz que na última semana houve aumento de "somente" R$ 0,10 no preço médio do etanol no Brasil, chegando a R$ 2,92. Ele se baseia em dados do Cepea/Esalq/USP.

Consumidor sofre. 

Quem depende do veículo para trabalhar nota o aumento frequente de preços. O vendedor de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), Francis Augusto Melo Silva, 33, mora em Escrutinação, mas tem clientes em toda Minas Gerais e até em outros Estados. 

"Dentro dos grandes centros está muito custoso o preço do etanol, que era uma opção, mas essa opção está ficando cada vez mais onerosa. E nas estradas o preço é ainda maior. Isso onera ainda mais os custos para dar sequência nos trabalhos do mês. Já tem mais ou menos uns cinco meses que não para (de subir os preços). Mas esse ano, principalmente nos últimos meses, os preços dos combustíveis ficaram muito próximas", conta.

Para se descolar menos ao posto de combustível e por ter um coche que rende melhor com a gasolina, o jornalista Leonardo Apolinário, 27, opta por leste combustível. O trajeto de mansão, em Santa Luzia, até o trabalho, em Belo Horizonte, ficou mais custoso para ele.

"Eu completava o tanque uma vez por semana com gasolina, quando ela estava por volta de R$ 4,60, o tanque completo dava, em média, R$ 175. Hoje, com a gasolina a quase R$ 6, o tanque completo está dando, em média, R$ 240. E a gente só vê aumento. Quando o preço abaixa, é porquê se praticamente não tivesse uma redução na explosivo", explica. 

Leonardo entende que deveria possuir um maior controle no setor. "Outra coisa que a gente percebe é que um posto perto do outro têm preços diferentes. Será que não tem porquê fazer uma fiscalização? Nós temos a refinaria Gabriel Passos, em Betim, do nosso lado, e a gente está pagando um contraditório em gasolina", diz. 


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