Jovem atropelada por caminhão volta a disputar triatlo após ficar paraplégica

Animada, a jovem faz planos para seu futuro como atleta Reprodução/Facebook
Bicicleta da jovem mostra a força do impacto do acidente Reprodução/Facebook

Fé e superação foram palavras essenciais na vida de Tainá Desidério, de 18 anos, nos últimos três anos. Desde pequena, ela se apaixonou pela prática de esportes e, em 2009, se tornou triatleta, disputando as principais competições do País em sua categoria.

A prova de fogo, no entanto, foi quando a jovem teve a promissora carreira interrompida em setembro de 2010, após ser atropelada por um caminhão. Gravemente ferida, Tainá ficou temporariamente paraplégica por causa do deslocamento da bacia e viu todos os seus sonhos serem colocados em risco.

O fato ocorreu no momento em que ela voltava de um treino e se distanciou da equipe, em uma reta conhecida pelo elevado número de acidentes, entre as cidades de Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas, onde a jovem mora. Um caminhoneiro de 82 anos dormiu ao volante, invadiu o acostamento e atingiu a garota, então com 15 anos, pelas costas. Tainá lembra com detalhes de tudo que aconteceu, já que não perdeu os sentidos em momento nenhum.

—Infelizmente eu não apaguei, porque a dor é insuportável. Meu quadril estava todo torto no asfalto, como se tivesse em cima da minha barriga.

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O condutor fugiu sem prestar socorro, mas foi perseguido por um motociclista, que ficou ao lado da menina até que o técnico, Rodrigo Barbosa, a encontrasse. Tainá afirma que o treinador foi “o anjo da guarda em sua vida” e a ajudou a não desanimar. Foram cerca de 30 dias internada e praticamente um ano de recuperação. O choque de não poder se mexer abalou a triatleta, que chegou a sofrer de depressão.

—Eu era muito imatura, treinava muito e de repente acontece isso, eu queria voltar a treinar de todo jeito. Precisei ter acompanhamento da psicóloga, aprendi a andar de novo, usei cadeira de rodas, andador, muletas, até terminar a recuperação.

Esforçada e com apoio da família, Tainá estava de volta aos treinos em maio de 2011. Ansiosa, ela se prepara agora para disputar no dia 26 de outubro, em Miami, nos EUA, o Ironman 70.3. O circuito terá oito horas de duração e engloba 2km de natação, 80 km de bicicleta e 21 km de corrida. Todos os dias, ela vai à escola pela manhã como uma adolescente normal. À tarde, no entanto, ela dedica cerca de cinco horas para os treinos. Mesmo com a rotina apertada, Tainá encontra tempo para frequentar a igreja e se dedicar à sua outra paixão: a música. Evangélica, ela atribui a Deus as conquistas dos últimos anos.

— Deus pra mim é tudo, tudo que eu quero e preciso, coloco nos pés dele e oro muito, por isso estou viva hoje. Acho que é mesmo porque quando a gente tem um sonho assim, não acaba.

Fonte: R7 - Minas Gerais