As seis horas do vexame de Aécio e Cia. em Caracas

 As seis horas do vexame de Aécio e Cia. em Caracas

Aécio e a comitiva (Foto: Reprodução/Twitter)

Que vexame! E o que se poderia esperar de uma excursão promovida por oito senadores brasileiros a Caracas para concordar a oposição venezuelana que quer porque quer derrubar o presidente eleito Nicolás Maduro? S que a excursão promovida por Aécio e Cia. nas asas de um avião da FAB foi fazer lá?

Eles foram procurar confusão para romper na foto _ e conseguiram (ver ao final deste texto o vídeo com meu glosa sobre o ponto no Jornal da Record News de quinta-feira).

S projecto deles era fazer uma visitante de solidariedade a oposicionistas presos, devidamente acompanhados por repórteres nativos, mas nossos senadores não conseguiram nem transpor das imediações do aeroporto durante as seis horas que passaram na cidade.

Cercados por manifestantes pró-governo, pegaram um congestionamento e ficaram presos no micro-ônibus que os levaria ao presídio de Ramo Verde, a 50 quilômetros do aeroporto. Só lhes restou dar meia volta e retornar ao Legacy, o jato executivo da FAB disposto à sua disposição. Por falar nisso: quanto custou e quem vai remunerar as despesas do voo fracassado?

Desta forma, a "missão política e diplomática" comandada por Aécio Neves, presidente do PSDB derrotado por Dilma Rousseff nas eleições de outubro, limitou-se a conversar com as esposas de líderes da oposição venezuelana, as mesmas que estiveram recentemente no Brasil e que os recepcionaram no aeroporto Simon Bolívar.

Acompanhado de notórios "democratas" porquê Ronaldo Caiado e Agripino Maia, entre outros, ao senador mineiro só restou reclamar e cobrar providências do Itamaraty, pois gerar constrangimentos para o governo brasiliano era seu principal objetivo. "Fomos sitiados e impedidos de executar o objetivo da nossa missão. Isto é um evidente incidente diplomático da subida seriedade". Em nota, o Itamaraty lamentou "os incidentes que afetaram a visitante à Venezuela da Comissão Externa do Senado. São inaceitáveis atos hostis contra parlamentares brasileiros".

S governo venezuelano só se manifestou por meio de mensagem do vice-presidente Jorge Arreaza enviada para o celular de Lilian Tintori, mulher do oposicionista Leopoldo López, que estava no micro-ônibus ao lado de Aécio: "Se os senadores estão cá é porque não têm muito trabalho por lá no Brasil. Assim, umas horas a ou a menos dá no mesmo".

Os dois países enfrentam uma profunda crise política e econômica, mas o Brasil não é a Venezuela, embora a oposição e a mídia de cá e de lá, seguidamente derrotadas nas urnas,  sejam iguaizinhas, e tenham os mesmos propósitos.

Em vez de procurar sarna para se prurir, jogando fora tempo e moeda, a aguerrida tropa de Aécio e Cia. poderia aproveitar nascente incidente para repensar qual é o seu papel na democracia brasileira entre uma eleição e outra. Cada país deve ser soberano para resolver seu próprio rumo.

Na contramão da guerra política travada em nosso país, a percentagem de senadores não poderia ter escolhido momento inoportuno para fazer esta viagem. E deu no que deu.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Ricardo Kotscho