Minas tem seu recorde de consumo de combustível

O consumo de combustíveis em Gerais no primeiro trimestre deste ano, refletindo o aumento da frota, foi recorde histórico. No período, o Estado consumiu 3,664 milhões de metros cúbicos de combustíveis derivados do petróleo, um crescimento de 8,7% frente ao volume consumido nos mesmos meses de 2013 (3,368 milhões de metros cúbicos). Os dados são da Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Porém, apesar de a produção da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ter crescido praticamente 7% na mesma comparação trimestral (2,307 milhões de metros cúbicos contra 2,157 milhões de metros cúbicos), o volume de derivados de petróleo processados no complexo foi suficiente para atender apenas 58,8% da demanda estadual para o período.

A situação não é exclusiva para Gerais, como explicou o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Gerais (Minaspetro), Paulo Miranda Soares, que também é presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis).

“No Brasil inteiro, a produção de gasolina e óleo diesel não está acompanhando o crescimento do consumo desses combustíveis na mesma velocidade e as refinarias estão trabalhando praticamente com capacidade máxima. A Petrobras tem importado estes derivados para suprir a carência”, afirmou Soares.

Segundo ele, atualmente, a estatal importa aproximadamente 22% de gasolina e óleo diesel brutos do total que é consumido mensalmente no Brasil, com este índice variando um pouco de acordo com a demanda. O combustível importado é distribuído em regiões litorâneas em primeiro lugar, para que as refinarias espalhadas no interior do país possam suprir as demais regiões.

“A estratégia logística para não faltar combustível é enorme e até agora não faltou”, destacou Soares. No caso de Gerais, continua o vice-presidente do petro, a Regap atende boa parte do Estado, mas as regiões do Sul de e Triângulo Mineiro recebem os combustíveis de refinarias de São Paulo, e para Zona da Mata, os derivados vêm do Rio de Janeiro.

A situação da gasolina é emblemática. Enquanto o consumo do combustível no Estado atingiu no trimestre o recorde para o período de 1,178 milhão de metros cúbicos, a produção do combustível pela Regap chegou a apenas 48,6% (572,9 mil metros cúbicos) desse volume. A quantidade consumida nos três primeiros meses deste ano foi 8,4% maior do que a do mesmo intervalo de 2013 (1,086 milhão de metros cúbicos).

A situação é semelhante no caso do óleo diesel, um excelente indicador da atividade econômica, uma vez que o combustível é usado pela frota de caminhões e veículos pesados que escoam a produção interna. O consumo estadual do primeiro trimestre somou 1,773 milhão de metros cúbicos contra um refino pela Regap de 822,6 mil metros cúbicos, o que equivale a apenas 46,4% do total demandado.

Em relação ao consumo de óleo diesel no Estado, no acumulado dos três primeiros meses do ano passado (1,620 milhão de metros cúbicos), o volume do mesmo período deste exercício foi 9,4% maior, de acordo com as informações da ANP.

Fonte: Minas em Gerais