“Se o Serra fosse candidato, eu não sairia ao Senado”, admite Kassab

Wanderley Preite Sobrinho

Decisão foi tomada depois de um “complô” de Afif Domingos com Cláudio Lembo, que teriam buscado apoio no partido para convencer Kassab a mudar de ideia e se candidatar

“Primeiro o Serra e agora o Skaf”, divertia-se Gilberto Kassab (PSD) com o atraso de seu candidato ao governo paulista, Paulo Skaf (PMDB), para a coletiva de imprensa após a convenção do PSD que o indicou para disputar o Senado. Descontraído, Kassab evitou afirmar que a aliança com o PMDB o afasta de vez do tucanato e admitiu que só tentará a vaga de senador porque seu padrinho político José Serra (PSDB) decidiu se lançar à Câmara dos Deputados.

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O anúncio da candidatura do ex-prefeito surpreendeu quem foi à convenção na manhã de segunda-feira (30) no centro da cidade. As honras foram dadas ao ministro-chefe da Secretaria das Micro e Pequenas Empresas, Guilherme Afif Domingos, homem que levou Kassab para a vida pública em 1984.

Em tom de brincadeira, Kassab falou sobre sua escolha como “um complô” de seus correligionários, uma vez que na última sexta-feira (27) ele havia descartado qualquer possibilidade de concorrer a um cargo público em 2014.

Ex-prefeito Gilberto Kassab conversa com Paulo Skaf, cuja candidatura PSD apoia em SP. Vice-presidente Michel Temer também compareceu à convenção

Ex-prefeito Gilberto Kassab conversa com Paulo Skaf, cuja candidatura PSD apoia em SP. Vice-presidente Michel Temer também compareceu à convenção

Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iG São Paulo

Ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab é visto durante a convenção do PSD

Ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab é visto durante a convenção do PSD

Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iG São Paulo

Ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab chega à convenção do PSD

Ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab chega à convenção do PSD

Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iG São Paulo


O presidente do PSD disse ter feito “de tudo” para que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles ficasse com a vaga, já reservada ao partido pelo PMDB. Na noite de ontem, no entanto, Meirelles teria ligado para o celular de Kassab para recusar o convite ao justificar seu perfil de “executivo” e não de legislador.

Ao comunicar o partido, Kassab atribuiu a Afif e ao ex-governador Cláudio Lembo uma articulação para que ele fosse o nome do partido a disputar o Senado. “Aí fui me convencendo de que a minha postulação era legítima.”

Questionado se entraria em uma disputa contra o padrinho político José Serra, Kassab não teve dúvidas em dizer que não. “Seria inadequado, todos sabem minha relação com o Serra. Se fosse contra ele, eu não sairia.”

Com um “não, cada partido tem sua identidade”, Kassab respondeu rapidamente que sua adesão à Dilma Rousseff, em nível federal, e ao PMDB, no Estado, não o afasta definitivamente do PSDB.

É que a decisão de entregar seus 90 segundos de horário político a Skaf agradou a cúpula petista, cuja avaliação é de que as candidaturas conjuntas de Skaf e do petista Alexandre Padilha podem tirar votos do governador Geraldo Alckmin (PSDB), forçando um segundo turno.

Depois de reeleger Dilma presidente, o principal objetivo do PT é vencer o PSDB em São Paulo, há 20 anos no Palácio dos Bandeirantes. A tarefa será dura. Pesquisa Datafolha do dia 7 de junho coloca Alckmin em primeiro lugar nas intenções de voto, com 44%, seguido por Skaf (21%) e Padilha (3%).

Fonte: Notícias do Último Segundo: o que acontece no Brasil e no Mundo