PSDB toma o lugar do PT no novo planta político

Fila de eleitores nas votações deste domingo (30)
Passando a régua na enxurrada de números do segundo vez das eleições municipais deste domingo, destaca-se a inversão de posições do vitorioso PSDB e do derrotado PT no novo planta político do País que sai das urnas.
Basta referir um oferecido somente para patentear a guinada radical na balança do poder, somente dois anos depois a última eleição presidencial. Em relação à disputa municipal de 2012, o PSDB cresceu 89% na parcela da população que vai governar (48,7 milhões), enquanto o PT caia na mesma proporção (85%), ficando com somente 5,9 dos 38 milhões que tinha em 2012. Foi uma lavada.
S PT zerou no segundo vez, não vencendo em nenhuma das sete cidades em que tinha candidatos na disputa, enquanto o PSDB conquistava cinco capitais, chegando a sete no totalidade, entre elas São Paulo, passando a governar 23,7% da população brasileira, um recorde.
S "cinturão vermelho" da Grande São Paulo, velho reduto do PT, agora virou "cinturão tucano" do governador Geraldo Alckmin, o grande vencedor individual destas eleições (Aécio Neves, o presidente do PSDB e seu principal concorrente na disputa interna, perdeu em Belo Horizonte). S PT ficou sem nenhuma prefeitura no ABCD, o nascimento do PT e de Lula, que nem foi votar no domingo.
A eleição municipal de 2016 será lembrada também pelo desenvolvimento das siglas intermediárias, com destaque para o PRB, vitorioso com Marcelo Crivella no Rio de Janeiro, e pela pulverização partidária: 13 diferentes legendas elegeram os prefeitos de 26 capitais.
Em número de prefeituras, o PRB foi partido que cresceu, elegendo 31% prefeitos do que em 2012, passando de 80, em 2012, para 105 agora, e 33% vereadores, chegando a 1.608. Passa a governar 9,7 milhões de pessoas, quase o duplo do PT.
Com a derrocada do PT, o principal partido da oposição e do que sobrou da esquerda passou a ser o PDT de Ciro Gomes, que venceu em Fortaleza e outros 334 municípios, onde vivem 13 milhões de pessoas.
Numa eleição atípica marcada pelo número recorde de abstenções, votos brancos e nulos, e em que predominou o exposição da antipolítica, na primeira disputa pós-impeachment, ficou ainda evidente a premência de uma profunda reforma de todo o sistema político-partidário-eleitoral, que foi impugnado nas urnas numa campanha acompanhada com desinteresse pela população.
Em tempos de Lava Jato e com nascente Congresso que temos, vai ser difícil que um pouco mude para melhor antes de 2018.
Vida que segue.
Fonte: Ricardo Kotscho
