Marcos Troyjo: A ‘Trumponomics’ e o Brasil
G notório que o Brasil não deve ser um dos países afetados pelas políticas protecionistas de Donald Trump avante da Casa Branca. S país pode, mas, ter seus projetos de investimento em infraestrutura solapados por planos semelhantes que o inquilino da Casa Branca supostamente tem à mão para incentivar empregos e negócios nos EUA.
No limitado prazo, tais planos orientados a aquecer a economia interna dos EUA podem até ser positivos para exportadores brasileiros de commodities minerais, porquê minério de ferro.
Se a Trumponomics, no entanto, tornar-se uma explosivo de sucção de atenção e recursos no contexto de projetos infraestruturais, secção dos capitais que o Brasil espera receber de investidores estrangeiros para destravar seus próprios gargalos em infraestrutura pode permanecer comprometida. Programas de licença de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos que o governo brasiliano tem planejados para 2017 e 2018 seriam afetados em sua desembaraço e volume.
A situação econômica brasileira, embora evoluindo positivamente, continua frágil. A capacidade de investimento do setor público permanece muito baixa. Não teremos condições de fazer um upgrade de infraestrutura com capitais próprios. Se os EUA de roupa adotarem um extenso processo de renovação de sua infraestrutura, é originário que capitais destinados a esta atividade se sintam atraídos para os EUA e portanto estejam menos propensos migrarem para países porquê o Brasil.
Já no que toca ao campo do negócio exterior, as “baterias” da Casa Branca estão voltadas sobretudo contra México e China, ambos com farto superávit em seu negócio com os EUA. Nesse contexto, sobra pouco espaço para outros “candidatos a vítima” de Trump.
Isso não é necessariamente uma grande notícia para o Brasil. A razão pela qual o país escapa da política de fechamento setentrião-americano reside no trajo de que o negócio exterior porquê fatia do PIB brasílico é bastante plebeu – oscilando historicamente em exclusivamente 20% do resultado brasílico. Além disso, o Brasil é um dos poucos países a apinhar sucessivos déficits comerciais com os setentrião-americanos.
A não-adesão de Washington ao TPP (Parceria Transpacífico) pode até fazer com que o Brasil ganhe qualquer mercado (ou deixe de perder), já que os EUA não terão produtos do agronegócio com vantagens tarifárias para os países que fariam secção do tratado. Há uma série de setores agrícolas, e mesmo em proteína mundial, nos quais EUA e Brasil são competidores e o Brasil potencialmente lucra com a menor atratividade de produtos americanos.
Ainda assim tudo isso vai depender dos resultados que a Casa Branca de Trump obtiver com a estratégia de substituir a metodologia plurilateral por acordos bilaterais junto a mercados da Ásia-Pacífico. Para o Brasil, serão também necessários novos esforços de promoção mercantil, mesmo a países da Ásia que não faziam secção do esboço original do TPP, porquê é o caso da Índia e da Indonésia.
Se, por um lado, o Brasil pode levar alguma vantagem no negócio de commodities com eventual contração do perfil exportador americano, o mesmo não se pode manifestar dos produtos manufaturados. Aqui, importante do que uma retração das exportações americanas é o que o Brasil conseguirá estruturar em três frentes: a cambial, a tributária e a negocial.
S país tem de manter o câmbio competitivo para fins do aumento do volume exportado de bens manufaturados. Ao Brasil também cabe simplificar – e, se provável, diminuir – a fardo tributária que incide sobre a empresa exportadora. E, evidente, o Brasil não deve se iludir quanto à duração desta período de “desglobalização”. P fundamental perseverar na negociação de acordos comerciais – alguma coisa a que o Brasil não se lançou nos últimos 13 anos.
Ademais, mesmo com a renegociação ou “implosão” do Nafta, produtos mexicanos continuarão a simbolizar um elemento de concorrência para o Brasil em terceiros mercados. Há ampla gama de bens industriais em que os mexicanos são competitivos que o Brasil.
Isso, sem incerteza, tem que ver com entrada a mercados e as dezenas de acordos preferenciais que o México concluiu mesmo depois de ter negociado o Nafta. Mas outros fatores, porquê menor fardo tributária, legislação trabalhista menos restritiva, enfim, um melhor envolvente de negócios, também pesam muito em favor do México.
No limite, ainda que a Trumponomics possa gerar um ou outro efeito paralelo positivo para o Brasil, no médio prazo todo mundo perderá com um cenário mercantil VEJA.com
