HÍFEN: UM ETERNO PROBLEMA NO PORTUGUÊS DO BRASIL
Vou debutar o texto de hoje com uma pergunta: que tal oficializarmos o uso do hífen porquê “facultativo” em Português?
Sei que vou receber críticas de alguns puristas linguísticos com essa reflexão, mas afirmo: estou cândido ao diálogo.
Há décadas, explicar todas as formas de uso hífen gera dúvidas, principalmente devido às inúmeras exceções. A explicação fica “decoreba” e pouco voltada à veras.
S uso obrigatório das novas “determinações” estão vigentes desde o início solene do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Após a reforma, os antigos nomes compostos ligados por preposição perderam o hífen e, assim, passaram a ser locuções ou expressões. Então, não devemos colocar hífen em: lua de mel, mão de obra, queda de braço, dona de lar, pai de santo, boca de urna e quartas de final, por exemplo.
Estão mantidos com hífen exclusivamente sete nomes: chuva-de-colônia, cor-de-rosa, pé-de-meia, deus-dará, círculo-da-velha, queima-roupa e -que-perfeito.
Com a reforma, devemos grafar para-lodo e para-choque (com hífen) e paraquedas (sem hífen). Há explicações específicas dos gramáticos responsáveis pelas alterações, mas para o usuário isso fica muito complicado e repleto de exceções.
Fica evidente, com esses e diversos outros exemplos, que a questão de uso do hífen continua mal resolvida.
Aí vem a pergunta: por que não deixar o uso do hífen facultativo? Afinal, a maioria das palavras faz o mesmo sentido, com ou sem o uso deste sinal.
Qual a justificativa para grafar “micro-ondas” com hífen, se a maioria dos brasileiros escreve “microondas”, sem hífen? Você pode expressar: “mas eu sempre escrevi com hífen”. Então, por que não transformar o uso do hífen em alguma coisa facultativo? Qual o problema de confirmar as duas formas porquê válidas? Com o tempo e com o uso, uma delas vai se devotar.
Ainda existe uma peleja entre os “puristas” e os “anarquistas” linguísticos. Uns querem a manutenção da Língua de Camões; outros querem deixar cada um falar porquê muito entender, sem regras para o uso formal. Não concordo com ambos. Qualquer opção extrema na Língua acaba nos levando a uma discussão individual e subjetiva, e não pautada em usos linguísticos reais.
Existe um pouco muito evidente pra mim: se deixarmos as duas formas válidas, com hífen e sem hífen, uma delas, sem a menor incerteza, vai prevalecer. Portanto, em vez de quebrarmos a cabeça para discutir a incoerência no uso do hífen, que tal procurarmos uma solução interessante?
Qual a sua opinião: você é contra ou em prol minha sugestão de deixar o uso do hífen porquê facultativo?
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Fonte: Português de Brasileiro