“Governo Federal está lavando as mãos”, diz promotor sobre tragédia em Mariana (MG)

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Segundo o promotor, grupo da ONU se comprometeu a encaminhar uma estudo da situação para o Governo Federal Record

Representantes da ONU (Organização das Nações Unidas) estiveram em Mariana, na região mediano do Estado, no último término de semana. Eles se reuniram com moradores de comunidades atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrido no dia 5 de novembro. S encontro foi escoltado pelo promotor do Ministério Público, Guilherme de Sá Meneghin, que criticou a falta de base do Governo Federal. 

— S Governo Federal está lavando as mãos e deixando para o Ministério Público fazer tudo em prol dessas pessoas. Estou analisando esta situação desde o início e estamos praticamente sozinhos atuando contra o poder econômico da Samarco, Vale e BHP. 

De combinação com a coordenadora do grupo, Sônia Maranho, a principal preocupação das famílias tem sido a ajuda de dispêndio de um salário mínimo que está sendo paga pela Samarco, mineradora responsável pela barragem. Ela alega que muitos comerciantes perderam tudo e estão sobrevivendo com um valor muito aquém dos lucros que costumavam obter. 

— As famílias não têm informação e são pessoas que ganhavam três, quatro, R.000 e agora estão vivendo com um salário mínimo. 

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S produtor rústico Melquides Eulálio, que perdeu toda a geração de manada na tragédia, alega que o valor proposto pela empresa não atende às necessidades das famílias. 

— Estão ajudando, mas não é suficiente, é muito pouco. E eu não posso esperar muito. 

Até o momento, a Procuradoria Geral da República já entrou com sete inquéritos civis e dois procedimentos de investigação criminal. Além disso, o órgão aguarda um projecto de recuperação que deverá ser entregue pela Samarco. A visitante do grupo da ONU ao Brasil já estava programada desde agosto mas, em seguida a tragédia, os trabalhos ganharam novo foco e Mariana entrou para o roteiro. Os representantes se comprometeram a encaminhar para o Governo Federal uma série de medidas necessárias para prometer que os direitos humanos das pessoas afetadas não sejam violados.