Falta de reverência!

Quando menino, ouvia com atenção a uma aviso costumeira de meu pai: “Respeito é bom e defende os dentes”. Estivesse ele no projecto em que vivemos e dissesse isso em lugar público e seria repreendido, talvez até ameaçado de processo por estar pondo a integridade física dos filhos. Esse excesso do politicamente correto, misturado com um vale tudo na vida pátrio estão nos afastando de um dos pilares indispensáveis à boa convívio: o reverência aos outros.

 
Não vou discorrer sobre o que escrevem nas mídias sociais, mesmo cá nos comentários de determinados leitores... Vamos a fatos. Comecemos pelo desabamento de um Viaduto na Avenida Pedro I que faz natalício neste domingo. Meus amigos, está escrito lá no Ministério Público que começaram a obra sem o projeto pronto, pagaram o projeto antes que fosse concluído, fizeram a obra sem fiscalização qualificada, puseram um engenheiro agrônomo para “escoltar”, usaram menos ferragem que deveriam, colocaram concreto vencido e retiraram todo o escoramento antes da hora, contra o pressentimento de operários... E caiu aquele monte de entulho, matou duas pessoas, feriu dezenas, envergonhou a cidade, manchou a Copa, e, dois anos depois, apesar dos esforços de alguns não há sequer alguém responsabilizado pela tragédia. Há de se ressaltar o trabalho do procurador Hugo, que indiciou várias pessoas por homicídio, o que foi desclassificado pelo MP; há, na espaço cível, um esforço do promotor Eduardo Nepomuceno, para que o Município receba pelo menos o quantia de volta, mas, diante de tantos recursos, tantos pormenores, tudo continua no projecto da conversa.

 
Vejamos o caso Samarco, que completa sete meses nesta terça. S Ibama diz que ela não pagou uma multa sequer, relacionada com o meio envolvente; os promotores dizem que não cumpriu zero até hoje, o prefeito da cidade reclama falta de atenção e não há força que consiga fazer caminhar o processo de reparação dos danos. A empresa trata o sinistro, a cidade, seus trabalhadores e a opinião pública em universal de forma distante, seus principais líderes não aparecem, não mostram a rosto para expressar que há um esforço de recuperação, não conversam, não assumem... Fica a sensação de que esse é um caso dentro da novidade técnica do Direito brasiliano: não é provar a inocência, mas, protelar, enrolar, deixar o tempo passar... Ou não é isso que os irmãos lá de Unaí, que mandaram matar os quatro servidores federais conseguiram? Ou não é o que está acontecendo com os principais líderes do mensalão mineiro, completando 70 anos e saindo à francesa?

 
A obscenidade está disseminada. Tem sujeito ganhando eleição para vereador com o prestígio de funções que exerce e que não vai trabalhar, tem artista famoso metendo a mão no quantia que deveria incentivar a cultura, a gente não respeita o hino pátrio, não respeita domínio, não respeita pai, mãe, irmão, colega de trabalho, vizinho... Vivemos um vale tudo terrífico! Repare!

Fonte: Blog do Eduardo Costa - Últimas Notícias de -