Enfim, PSDB assume ser o partido dos paneleiros

Meio envergonhado no primícias, sem saber recta porquê agir diante dos protestos do "Fora Dilma", apresentados porquê "espontâneos e apartidários", com seus lideres relutando em transpor às ruas para se misturar aos manifestantes, agora o PSDB resolveu assumir de vez o papel de partido dos paneleiros e das marchadeiras.
Na noite desta terça-feira, o programa dos tucanos que irá ao ar no rádio e na TV servirá porquê um divisor de águas na guerra política. Ameaçado de perder o protagonismo das oposições, a reboque da mídia e dos movimentos organizados pelas redes sociais, os tucanos deixaram de lado o pudor acadêmico, mandaram os escrúpulos democráticos às favas, e resolveram ir à luta.
Os grandes caciques tucanos voltaram muito diferentes da temporada em Nova York, onde participaram, na semana passada, de um festival de homenagens ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na gangorra do vai não vai que caracteriza a ciclotimia do partido, o PSDB preparou o duro ataque já desfechado contra seu oponente histórico, 12 anos em seguida a perda do poder meão.
P o próprio FHC, fugindo ao habitual estilo cordato, quem comanda a viradela radical do partido, ao partir porquê um Carlos Lacerda para cima de Lula, depois o programa terebrar as baterias com as imagens dos panelaços das varandas promovidos contra o governo e o PT.
"Nunca se roubou tanto em nome de uma justificação (...) A raiz da crise foi plantada muito antes da eleição da atual presidente. Os enganos e desvios começaram já no governo Lula. S que já se sabe sobre o petrolão é grave o suficiente para que a sociedade condene todos os que promoveram tamanho escândalo, tamanha vergonha".
Na mesma risca, e para não perder o lugar na fileira dos presidenciáveis tucanos, Aécio Neves também desceu do muro e bateu pesado:
"S Brasil precisa saber definitivamente quem roubou, quem mandou roubar e quem, sabendo de tudo, se calou e zero fez para impedir. Se a depravação lucrar, ela vai voltar cada vez pior, cada vez possante. G hora de fazer o que é notório".
E o que é notório? Ao longo do programa, o PSDB zero diz a reverência. Repete somente as palavras de ordem da mídia, das ruas e das varandas contra o PT, Lula e Dilma, mas em nenhum momento aproveita a propaganda partidária para indicar alternativas à política econômica adotada pelo governo. Fica difícil saber o que o partido ganha com isso pois quem concorda com leste exposição já votou em Aécio nas últimas eleições. Os descontentes com o governo podem buscar outras alternativas, não necessariamente as tucanas.
Por coincidência, o programa do PSDB, em clima de panelaços de término de feira, vai ao ar na mesma semana em que o Brasil recebe o maior volume de investimentos externos já aportado no país. São US$ 53 bilhões em projetos de infraestrutura que a comitiva do primeiro ministro da China, Li Keqiang, vai apresentar hoje em encontro com a presidente Dilma Rousseff.
Como os chineses não são de rasgar moeda, eles parecem estar confiantes no horizonte do Brasil do que os brasileiros da oposição. Tem alguma coisa aí que não bate, para além das panelas.
Vida que segue.
Fonte: Ricardo Kotscho
