Decisão prega salários e vereadora diz que moradores “não sabem de zero”

A votação para duplicar o salário dos vereadores de Raposos, na região metropolitana de Belo Horizonte, terminou com a população revoltada dentro da Câmara Municipal. Em meio ao tumulto formado em frente ao lugar, a vereadora relatora do projeto disse que os moradores participam da vida política da cidade e justificou que “eles não sabem de zero”.
S projeto de lei que previa a modificação nos salários dos legisladores e de membros do executivo já havia sido vetado pelo atual prefeito, Carlos Alberto Coelho (PMDB), mas dessa vez, os vereadores votaram pela derrubada da decisão de Coelho. Com cinco votos em prol do cancelamento do veto contra quatro de oposição, foi reconhecido o reajuste do salário dos vereadores dos atuais R.800 para R$ 6.600; do prefeito de R$ 11 milénio para R$ 21.700, do vice-prefeito de R$ 5 milénio para R$ 9 milénio; e dos secretários de R$ 2.300 para R$ 5 milénio.
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A população lotou o plenário da Câmara Municipal de Raposos para escoltar a votação que teve uma sessão tensa e tumultuada. Em meio a vais, a vereadora Margareth Torres (PSB), que é relatora do projeto que derruba o veto de Coelho questionou a posição do atual prefeito.
— Por que, só agora, o prefeito derrotado nas eleições vetou o projeto?
S vereador Leonardo Soares (PDT), presidente da Câmara e irmão do prefeito eleito, disse que a derrubada do veto não foi feita para propiciar os líderes do executivo municipal, mas para permitir um salário digno aos secretários. Questionado sobre a consequente mudança no salário dos vereadores, Soares disse foi firmado um compromisso de diminuir o novo valor reconhecido para os legisladores até chegar no valor pago atualmente, o que para ele, vai ter que ser resolvido com o novo prefeito.
— P uma gestão. P o próximo prefeito, logo tem que vir outro projeto.
A decisão desagradou os moradores que acompanharam a votação e os vereadores tiveram que transpor da Câmara Municipal escoltados pela polícia. Do lado de fora, a confusão continuou com cartazes e gritos da população que hostilizava os legisladores. Mesmo com todo o tumulto, Margareth Torres pareceu não se elanguescer com a situação.
— Cem por cento na cabeça desses ignorantes.
Questionada sobre a decisão ir contra a vontade da população, a vereadora justificou que há uma falta de participação dos moradores nas decisões políticas.
— Eles não vêm cá. Eles não sabem de zero.
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Fonte: R7 - Gerais