Após a vitória, surge um Trump meigo e conciliador

 Após a vitória, surge um Trump meigo e conciliador

Quem diria? Donald Trump não só assustou o planeta com a sua inesperada vitória, porquê voltou a surpreender todo mundo em seguida a confirmação do resultado, ao ressurgir no palco, já subida madrugada de quarta-feira em Nova York, todo sorridente, meigo e conciliador:

"Serei o presidente de todos os americanos e isso é muito importante para mim (...) A todos os republicanos, democratas e independentes nesta pátria, lhes digo que é momento que nos reconciliemos porquê um povo unificado".

De um momento para outro, o republicano ensandecido da campanha se transfigurou no presidente "Trumpinho silêncio e paixão", mostrando que é, supra de tudo, um grande artista.

Sobraram palavras doces até para a democrata derrotada: "Acabei de receber um telefonema de Hillary Clinton. Ela lutou muito muito (...) Hillary trabalhou muito e durante um longo período, e nós temos uma grande dívida de gratidão com ela por nosso país".

Ainda na véspera, ele ameaçava mandar prender a adversária se fosse eleito. Era outro varão:

"Para aqueles que optaram por não me concordar, estou estendendo a mão para a sua orientação e ajuda para que possamos trabalhar juntos para unificar nosso grande país".

Em qual Donald Trump devemos confiar agora?

Contra tudo e contra todos, inclusive os velhos grandes caciques do seu partido, o artista bilionário fez strike em sua estréia numa campanha eleitoral. Derrubou o establishment americano inteiro, a grande mídia, os institutos de pesquisa e os mercados financeiros, que começaram a desabar antes mesmo que a sua vitória fosse oficialmente confirmada.

Nos 16 meses de uma campanha alucinada, desde o lançamento da sua candidatura, em que passou de zebra pitoresca a 45º presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump virou o seu país e o mundo de cabeça para ordinário, e é melhor agora ninguém fazer previsões sobre o que pode sobrevir daqui para a frente.

Tinha até deixado sobre a mesa o título desta material, antes de desabar de sono, no início da madrugada, quando a apuração ainda mostrava uma disputa pau a pau nos estados-chave: "Ufa! S mundo respira aliviado". As pesquisas e projeções estavam erradas, eram torcida por Hillary do que ciência.

Como todos agora sabemos, e os comentaristas da TV demoraram a admitir, aconteceu exatamente o contrário: o mundo acordou perplexo neste 9 de novembro de 2016, o ano que pode ser um divisor de águas no mundo urbano.

Depois do que vimos intercorrer nos referendos do Brexit no Reino Unido e no conciliação de silêncio fracassado na Colômbia, e agora com a retumbante vitória do inacreditável Donald Trump nos Estados Unidos, não sei porque me lembrei do Ronald Golias, também um grande artista.

Certa vez, no macróbio programa "Família Trapo", da TV Record, seu personagem, o Bronco, comentou com o cunhado, representado por Otelo Zeloni:

"Acho que a humanidade não está se comportando muito...".

E o mundo, naquela idade, ainda não tinha perdido o pensamento.

Vida que segue.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Fonte: Ricardo Kotscho