Ambiente de guerra
Em 2003, quatro meses após o início da Guerra do Iraque, uma equipe da Unidade de Desastres e Conflitos do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas desembarcou no país para avaliar os impactos do conflito sobre o ambiente e as pessoas e propor ações para remediá-los.
O relatório produzido é impressionante. Os bombardeios das primeiras semanas de guerra afetaram a infraestrutura de geração elétrica. Sem eletricidade, os sistemas de fornecimento de água e coleta e tratamento de esgoto entraram em colapso. O esgoto corria a céu aberto e atingia os principais cursos d'água, chegando aos rios Tigre e Eufrates. As doenças relacionadas à água se espalhavam, agravando a precária situação dos hospitais e postos de atendimento médico, que já eram insuficientes para lidar com feridos nos ataques.
Com o objetivo de eliminar possíveis locais de produção de armas químicas (nunca encontradas), indústrias químicas, de fertilizantes e farmacêuticas foram atacadas. Milhares de toneladas de produtos químicos tóxicos e perigosos foram espalhados por extensas áreas, com contaminação do ar, da água e do solo. Tanques e poços de petróleo foram queimados - muitos por sabotagem - e o fogo, que se estendeu por semanas, produziu uma fumaça tóxica que atingiu a população, a produção animal e agrícola.
O bombardeio e o trânsito de milhares de equipamentos pesados de guerra sobre áreas do entorno das cidades destruíram e degradaram ecossistemas inteiros.
Diagnósticos semelhantes foram obtidos no Afeganistão, em Serra Leoa, Sudão, Kosovo, Congo e Líbano, entre tantos outros países.
A guerra não explica todos os problemas ambientais encontrados, mas o que se constata é que a tragédia humanitária das batalhas vai muito além das mortes durante os conflitos. Ela se perpetua através dos impactos sobre a infraestrutura, residências, fábricas, áreas agrícolas e ambientais naturais, com reflexos diretos na qualidade ambiental, saúde e segurança alimentar.
Desde 2003, a ONU trabalha em conjunto com o governo e a sociedade iraquianos para recuperar as mínimas condições ambientais no país. Dez anos depois do início da guerra, o país ainda está longe de conseguir a paz e muito longe de recuperar os danos à qualidade ambiental que a guerra provocou ou acentuou. Triste sina para o país que abriga a Mesopotâmia, o berço da civilização, onde nasceu a agricultura e foi o embrião das cidades.
Enquanto escrevo este artigo recebo a noticia de que a única central elétrica da Faixa de Gaza, que atende a 1,8 milhão de habitantes, foi destruída. Chocante.
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Fonte: Blog no Brasil Post
O relatório produzido é impressionante. Os bombardeios das primeiras semanas de guerra afetaram a infraestrutura de geração elétrica. Sem eletricidade, os sistemas de fornecimento de água e coleta e tratamento de esgoto entraram em colapso. O esgoto corria a céu aberto e atingia os principais cursos d'água, chegando aos rios Tigre e Eufrates. As doenças relacionadas à água se espalhavam, agravando a precária situação dos hospitais e postos de atendimento médico, que já eram insuficientes para lidar com feridos nos ataques.
Com o objetivo de eliminar possíveis locais de produção de armas químicas (nunca encontradas), indústrias químicas, de fertilizantes e farmacêuticas foram atacadas. Milhares de toneladas de produtos químicos tóxicos e perigosos foram espalhados por extensas áreas, com contaminação do ar, da água e do solo. Tanques e poços de petróleo foram queimados - muitos por sabotagem - e o fogo, que se estendeu por semanas, produziu uma fumaça tóxica que atingiu a população, a produção animal e agrícola.
O bombardeio e o trânsito de milhares de equipamentos pesados de guerra sobre áreas do entorno das cidades destruíram e degradaram ecossistemas inteiros.
Diagnósticos semelhantes foram obtidos no Afeganistão, em Serra Leoa, Sudão, Kosovo, Congo e Líbano, entre tantos outros países.
A guerra não explica todos os problemas ambientais encontrados, mas o que se constata é que a tragédia humanitária das batalhas vai muito além das mortes durante os conflitos. Ela se perpetua através dos impactos sobre a infraestrutura, residências, fábricas, áreas agrícolas e ambientais naturais, com reflexos diretos na qualidade ambiental, saúde e segurança alimentar.
Desde 2003, a ONU trabalha em conjunto com o governo e a sociedade iraquianos para recuperar as mínimas condições ambientais no país. Dez anos depois do início da guerra, o país ainda está longe de conseguir a paz e muito longe de recuperar os danos à qualidade ambiental que a guerra provocou ou acentuou. Triste sina para o país que abriga a Mesopotâmia, o berço da civilização, onde nasceu a agricultura e foi o embrião das cidades.
Enquanto escrevo este artigo recebo a noticia de que a única central elétrica da Faixa de Gaza, que atende a 1,8 milhão de habitantes, foi destruída. Chocante.
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