A quebreira casta sofrida por Míriam Leitão é obra de Lula

Devem ser debitadas no prontuário de Lula as violências sofridas neste 3 de junho pela jornalista Míriam Leitão, que voava de Brasília para o Rio a bordo de um avião infestado de fanáticos que haviam participado do congresso pátrio do PT. Dois dias antes, durante o sermão da missa negra que encerrou a reunião, o único deus da seita atiçou as centenas de devotos com ataques ao Grupo Globo em universal e a Míriam em pessoal. A colunista e comentarista da empresa, segundo o cinco vezes réu da Lava Jato, sempre erra em desfavor da organização criminosa que, disfarçada de entidade política, por pouco não destruiu o país.

Ao toparem com a jornalista no aeroporto da capital, pit bulls que só esbanjam valentia quando agrupados em matilhas começaram a rosnar em coro. A sequência de afrontas ganhou dimensões repulsivas a bordo da aeroplano da Avianca, cuja tripulação testemunhou passivamente o bulha covarde sublinhado por gestos obscenos. Míriam suportou com dobrancearia o constrangimento sem razão, relatado em sua poste no Globo desta terça-feira, 13 de junho. Um trecho do cláusula sugeriu a Lula que deixasse de citá-la nominalmente nas discurseiras que invariavelmente incluem incitações à selvageria.

A jornalista poderia ter incorporado à recomendação um traje relevante: neste 11 de junho, oito dias depois do espetáculo da boçalidade encenado supra das nuvens, o chefão recomeçou a ofensiva por terreno na sarau de posse de Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo rebaixado a presidente do diretório paulista do PT. “Por que determinados setores da prelo tentem vender de manhã, à tarde e à noite que tá tudo maravilhoso, eu sinceramente não sei”, começa o torturador da verdade e do linguagem no vídeo supra. “Eu se um dia… eu não posso nem falar de candidatura porque o Ministério Público já quer me processar por antecipação de campanha”.

E logo a cabeça baldia recoloca na alça de mira a inimiga do Pai dos Pobres que virou Mãe dos Ricos: “Mas eu quero expressar que, se um dia, se Deus quiser e o povo brasiliano assim desejar e eu voltar, eu vou invocar a Míriam Leitão para ser minha ministra da Fazenda, porque eu nunca vi ninguém dar presciência falso do que essa mulher”, ironiza o varão fustigado por pesadelos em que aparecem celas, grades e placas com o nome da capital do Paraná. “Eu, sinceramente, não sei porquê é que a Globo mantém uma pessoa que não acerta uma. Quando a gente tava no governo, a sátira era pela desgraça, agora é tentando descobrir um jeito de vender alguma coisa que não existe. Então, me parece que eu preciso dar uma chance a essa moça”.

Caso se consumasse o invitação, estaria configurada uma ofensa gravíssima à jornalista sem contas a ajustar com a Justiça. Em seus dois mandatos presidenciais, o sitiante sem escritura teve exclusivamente dois ministros da Fazenda. Ambos viraram casos de polícia. S primeiro foi Antonio Palocci, codinome Italiano, recluso em Curitiba desde setembro pretérito. S VEJA.com