Vítimas de violência doméstica aprendem novo ofício na capital

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Programa de capacitação profissional beneficia mulheres agredidas por ex-companheiros: ação do governo de Minas conta com pedestal da Embaixada dos EUA no Brasil

"Com o único moeda que guardei comprei uma arma para me tutelar". Enlaçando a fita métrica nos dedos miúdos, Fernanda Ferreira Faustino, 23, começa a relembrar os episódios de espancamento inerentes à rotina dela depois ter desvelado uma gravidez aos 14 anos.

Prenha do primeiro namorado, a moradora do Taquaril, na região Leste de Belo Horizonte, mudou-se para a morada da sogra, onde foi agredida pelo pai do fruto até completar a maioridade. 

Hoje, cinco anos depois, ela é uma entre as centena vítimas de violência doméstica que participam do TransformAction, programa de capacitação profissional organizado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) a partir de um investimento de R$ 120 milénio fornecidos pela Embaixada dos Estados Unidos. 

As mulheres contempladas residem em áreas de vulnerabilidade em Belo Horizonte e puderam optar por um entre os quatro cursos, oferecidos até setembro, para prepará-las para o retorno ou mesmo para o ingresso no mercado de trabalho. 

Hora do recomeço

Mãe de duas crianças, o primogênito, hoje com 8 anos, e a caçula, de 3, Fernanda escapou às agressões do ex-namorado quando ele foi represado por tráfico de drogas. Com o menino, ela retornou à residência onde a mãe mora e ali passou a ocupar dois cômodos, sustentando os filhos com a renda gerada a partir de bicos porquê cabeleireira e manicure. Matriculada na lição de costura criativa, ela deposita fé no novo ofício para reencetar a própria trajetória.

“Com as escolas fechadas, eu não conseguia transpor para trabalhar por não ter com quem deixar meus filhos. Cá (no projeto) eu vim porque me deixaram trazer. Estou gostando muito, sabe por quê? Eu sempre gostei de costurar. Eu costuro tudo, prego zíper em calças, faço bainha... Acho que a costura vai me ajudar a ter quantia”, conta Fernanda. Atualmente, a única renda de que ela dispõe são R$ 375 do Bolsa Família, além de uma cesta básica fornecida pela Prefeitura de Belo Horizonte por conta da pandemia. 

Ato de coragem

Trinta e quatro anos separam as histórias de Fernanda e da artesã Edineia Aparecida de Souza, 57, também moradora do bairro Taquaril e aluna da iniciativa, entretanto a violência doméstica é o que aproxima a trajetória de uma à da outra. Na dez de 1990, Edineia foi obrigada a fugir de BH para não ser assassinada em seguida sete dias internada por agressões praticadas pelo ex-marido. 

“Quando saí do hospital, um vizinho me disse que viu meu ex-companheiro procurando munição para comprar. Fiquei apavorada e no mesmo dia vendi o barracão e me mudei para um lugar que chamava Caldeirão do Inferno, em Santa Luzia”, explica. Na era, Edineia fugiu com os três filhos, entre eles um bebê, de 8 meses. 

“Toda mulher tem condições de fugir da violência (doméstica). Se ela tem a própria renda, pode pegar um ônibus, procurar um socorro, comprar um pão, remunerar um aluguel, mas, se você está submissa àquela violência, você vira refém. As aulas de costura enriquecem meu artesanato e me possibilitam melhorar o meu trabalho”, concluiu a artesã. 

Cursos permitem recolocação rápida

Organizado pela Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o programa TransformAction foi contemplado com R$ 120 milénio em um edital da Embaixada dos Estados Unidos, porquê esclarece a subsecretária Andreza Gomes.

“No ano pretérito, participei de um programa junto à Embaixada e pude acessar um rol de editais para projetos. Em um deles inscrevi a proposta de capacitação profissional da mulheres em situação de violência. A cônsul gostou e decidiu apostar na teoria”, revela Gomes. 

As centena mulheres selecionadas para o programa são moradoras de 12 áreas vulneráveis de Belo Horizonte e passaram por guarida nas Unidades de Prevenção à Criminalidade (UPCs). Todas, sem exceção, foram vítimas de violência doméstica. De conformidade com o governo de Minas, o investimento feito pela Embaixada dos Estados Unidos foi revertido para os gastos de realização do programa. 

As aulas dos cursos acontecem no período da tarde, na Associação Mineira de Ensino Continuada (Asmec), na região Leste de BH. As próximas duas turmas receberão aulas de culinária com ênfase na fabricação de pizza e snacks, além de cursos de cabeleireiro e maquiagem. “Foram escolhidas capacitações que permitem a rápida colocação dessas mulheres no mercado”, justifica a subsecretária da Sejusp. 

Perenidade do projeto esbarra na falta de recursos

Com a desenlace do TransformAction em setembro, a Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade ainda não sabe se outras edições do projeto serão viáveis.

“Depois a epílogo, vamos buscar outras fontes de recurso para dar ininterrupção a esse programa de formação porquê uma atividade contínua. Temos a missão de concluir muito esse projeto e reproduzi-lo no horizonte para que mais mulheres sejam alcançadas”, afirma a subsecretária Andreza Gomes. 

Segundo ela, o intuito do governo de Minas é captar recursos para estender o programa a toda a região metropolitana de BH. “Cá, não oferecemos somente a profissionalização, porquê também a capacitação humana. Nos cursos oferecemos aulas de prevenção à violência contra a mulher, direitos da mulher e gestão financeira. Queremos ajudá-las porquê um todo”, frisa. 


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