Heineken em MG: governo é convidado a explicar fábrica onde

Acontece nesta terça-feira (7) o webinário “Heineken nas terras de Luzia?”, das 16h às 17h30. A atividade recebe Anna Carolina Motta Dal Pozzolo, subsecretária de Regularização Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Envolvente (Semad), e José Eugênio Côrtes Figueira, biólogo e professor da Universidade Federalista de Minas Gerais (UFMG). O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recomenda a suspensão das licenças da empresa.

O objetivo do evento virtual é debater a autorização, dada pelo Governo de Minas, à instalação de uma fábrica da cervejaria Heineken dentro da Espaço de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa (MG) e Pedro Leopoldo (MG). Segundo a Associação Mineira de Resguardo do Envolvente (Amda), a fábrica ameaço patrimônios espeleológico, hídrico, arqueológico e ambiental da região.

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O webinário pode ser testemunhado no meato do Youtube da ONG Amda, terça às 16h.

Terreno de Luzia

A APA Carste de Lagoa Santa é mundialmente conhecida por acoitar mais de 600 cavernas com vestígios de populações e animais pré-históricos. No lugar, foi desvelado o fóssil humano mais velho do continente americano, o crânio de “Luzia”, que, segundo estimativas, possui muro de 13 milénio anos. A invenção mudou as teorias de porquê a espécie humana ocupou continente.

Os traços de etnias negras de Luzia possibilitaram averiguar que o continente americano foi ocupado por quatro fluxos migratórios. Três compostos por populações de origem mongol, geneticamente semelhantes às tribos indígenas atuais; e um quarto fluxo migratório de não mongóis, com características similares as dos africanos e dos aborígines da Austrália.

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O fóssil de Luzia foi destruído no incêndio do Museu Pátrio do Rio de Janeiro e é considerado uma das maiores perdas da tragédia.

Petição conta com 20 milénio assinaturas

Um aquém-assinado online contra a instalação da Heineken atinge, no momento, 21 milénio assinaturas. O documento teme que a fábrica piore a gestão dos recursos hídricos e ambientais, e prejudique a extensão, que é sensível a modificações ambientais.

“A região poderá passar por um grave colapso hídrico e ambiental, pois já comporta outros empreendimentos que possuem a outorga da sua chuva, além da já utilizada para o consumo humano da sua população”, afirma a petição, que ainda está ensejo a assinaturas.

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Há poucos dias, mais de 60 organizações da sociedade social se manifestaram por meio de um ofício, solicitando que a empresa busque uma escolha menos impactante. O documento foi enviado ao presidente da Heineken Brasil, Maurício Giamellaro, à maior acionista da empresa, Charlene Heineken, e à secretária de meio envolvente do Estado, Marília Melo.

MP recomenda a suspensão da licença

O Ministério Público de Minas Gerais recomendou que as licenças prévias e de instalação do empreendimento sejam suspensas. A recomendação aponta diversas irregularidades na licença das licenças, considerando que elas foram expedidas de forma ilícito, ofendendo o ordenamento jurídico.

A Superintendência de Projetos Prioritários da Semad deveria responder a recomendação até 28 de novembro de 2021. Caso o prazo não fosse cumprido, ações porquê uma teorema judicial podem ser tomadas.

Tanto o Ministério Público quanto o Governo de Minas foram questionados pela reportagem, que aguarda resposta.

 

Manancial: BdF Minas Gerais

Edição: Larissa Costa