Previdência: demorado na votação não representa risco fiscal, aponta Meirelles

Henrique Meirelles participa de audiência sobre Novo Regime Fiscal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

S tardada na votação da Reforma da Previdência não é um risco do ponto de vista fiscal, já que seus efeitos irão ocorrer no longo prazo, mas vai afetar a recuperação da economia brasileira, segundo reforçou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

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"S delongado pode afetar a taxa de incremento. Se a aprovação suportar um demora, a economia pode crescer um pouco menos. Esperamos um desenvolvimento poderoso, mas é importante dar solidez a esse incremento com a aprovação das reformas", afirmou, após participar de evento sobre a reforma promovida pela revista Exame, em São Paulo.

Meirelles afirmou que trabalha com o cronograma do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de colocar a proposta em votação em plenário na primeira quinzena de junho. Por ser uma emenda constitucional, é preciso ratificar em dois turnos e por pelo menos três quintos dos deputados. Se houver um delonga de alguns meses, os efeitos fiscais das mudanças propostas estão garantidos, mas isso vai mexer com as expectativas de mercado para o limitado prazo.

"Se houver tardada não vai fazer diferença do ponto de vista fiscal no longo prazo. No entanto, para as expectativas, é importante ser reconhecido o rápido possível", explicou.

Sobre a menor inclinação dos parlamentares a revalidar as reformas, incluindo aí também a trabalhista, devido à crise política, o ministro afirmou que há um entendimento de que essas mudanças precisam ser feitas e que elas independem do governo. Como exemplo, citou a proposta de emenda constitucional (PEC) que limitou o incremento dos gastos públicos.

"Teto não foi só sancionado porque se apoiava o governo, mas porque era necessário que isso fosse feito", explicou.

S ministro afirmou que espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que será divulgado na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostre um incremento poderoso na comparação com o trimestre imediatamente anterior, mas em um número pouco ordinário do que o apresentado pelo IBC-Br do Banco Central, que foi uma expansão da atividade de 1,12% no período.

Fonte: Revista Época Negócios